sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sem data

Que a saudade, se torne dois: dupla e duplo. E que, às vezes, tarde como a tarde, no dia em que queremos dormir.
E que se torne a abreviação de gritos e de olhos fechados. Que nos convoque à previsão do tempo, para nos garantir sobre a inexatidão da falta.
Que a saudade não seja uma oração diária e onipresente, e, sim uma orquestra, a "orquestra intermitente estrondosa para dentro".
Que se faça na inutilidade, nos comprimidos e nas bulas, nas coisas que esquecemos, na poltrona, na roupa nova, no jantar e no almoço, no despertar da madrugada e nas indigestões da dúvida.
... que a minha saudade transgrida a lista de subjuntivos, que ela cresça menina de si mesma, sem regras, extensa e estendida, no caminho da dor, da falha e do encontro.