terça-feira, 30 de novembro de 2010

A minha primeira ficção foi tua!
Uma prosa crua de madrugada.

- Quem eu sou?

Pergunta cretina.
Ser eu
significa
Crer
(no) que EU QUERO SER.

sábado, 27 de novembro de 2010

T

Planta que nasce ou batimento que morre?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cresce

Palavra
Lavra
A
Alma
Lava

Andorinha

Não ouço as notas musicais,
Mal sei se elas existem
Ou se foram invenções humanas.
Para mim, som é a voz, o lamento de tudo.
MP4 alegra a alma,
perante tanto fácil magma.

sábado, 20 de novembro de 2010

Afirmação

Quero ser um parque, um parque no meio da cidade e só.
E Gole, gole de represa em enxurrada.
Maestro de elevador em dia de congresso.
Quero ser pessoa rompendo, porque pessoas sempre são!


Mentira.


Gente, que desassossego!

Num dia

A primeira vez que chorei por ele
foi um choro honesto e confortável,
um tirar de mim do que eu não queria,
foi perfuração de plataforma de petróleo, que, simplesmente,
explode,
que não serviu de nada:
manhã de sentimentos iniciais.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dia de provar a vida

De pensar e de pensar de penar de pisar de possuir de pose de poça de posse de poço de parte de pisca de perda de passagem de partida de
des-pedida eu sou!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Montagem

Agora vê-lo é tão insosso quanto tomar água no canudinho. Agora não me ocorrem mais dias em que eu sofra de muita vontade. Eu até me imagino segura de meu próximo revés e já bato os pés, mesmo sem música. A vida, enfim, voltava a ter a minha trilha sonora, aquela música que cabe inteira dentro de mim e não divide refrão.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Figa

Figa. Fiz a figa. Cruzei todos os dedos, por séculos os mantenho assim, como ondas sobrepostas, que nunca deixam de ser mar ... É como completar E-T-E-R-N-A-M-E-N-T-E 17 anos naquelas manhãs cinzentas, onde tudo era vida que se esperava.
Aos 17 anos, não eram indispensáveis as figas, todo o meu corpo já era vibração de acontecimento inédito: verde, avenida, Londres, sol, cheque, mentira, Twingo, parque, degrau e uma voz, que, justamente agora, tenho à minha disposição, mas não mais me palpita. Minha soma 8.

sábado, 6 de novembro de 2010

Parede

Eram brancas, suas paredes eram brancas com letras legíveis em latim.
A minha parede era metamórfica e mal nenhum havia nisso, só extremidades me compuseram. Ontem, eu era cinza e você, branco.
Hoje, você é coluna grega, eu, parede simples de prédio de classe média. Mas um dia estivemos unidos no Coliseu, assim sós no meio da cidade, assim sós no passado. Era, por fim, talvez, uma pequena alegria, que se estende mais do que deve, da mesma forma como eu quero eternizar os dias quentes... mas que há de errado em fazer verão o ano inteiro?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Queria ser, assim não choveria.

Misantropia II

O homem vivo, ou morto, tinha os braços abertos. Nenhum mal o interpelava. Ninguém se movia, nem eu. Meu Deus, nem eu me movia! Éramos todos como estátuas a observar leques de papel: o homem não passa de uma construção insólita, impossível.