quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pedra

Tenho o meu próprio pedaço do mundo,
do qual farei o meu feriado particular!
De onde rirei da ausência de liberdade das horas,
eternamente unidas ao tempo - que se desfaz dos outros e (é) menos de si mesmo.

No meu pedaço do mundo, o que é verdade se torna utopia: o inverso é o gosto e o delírio
e a chuva não só inunda como cria verbos, pontes e sinfonia!

Longe de lá, me deparei com alguém que sabia mais de mim de fora do que de dentro, nele havia mais de mim do que em mim mesma - tudo sem destino. Agora, emoldurado, ele não me vê. Ele é o meu dia da Maresia Imensa.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Maranhão

Já me encontrei na vela, mas, hoje, sou mar:

Me feriu a estiagem e, então, contemplei a dor.

Depois, fui evaporação - dúvida fora de mim - e gestei maresia.
Agora estou descoberta na tua orla,
nas tuas costas,
na tua terra, que venta em mim: construímos um continente!

domingo, 12 de setembro de 2010

Que vontade é essa? Que não é fome, sede ou calor? Que vontade é essa que vem de dentro de mim e fora do outro?
Vontade de levar os dias. Vontade de te descobrir
d
e
m
a
d
r
u
g
a
d
a.
Que vontade é essa que vale e amolece? Vontade de melodia. Vontade de história? Vontade de tarde? (vontade à tarde?). Vontade de ventania e orquestra à beira mar, à beira do meu mar, mar mediterrâneo. Onde tenho a minha terra. Eu comprei um.

domingo, 5 de setembro de 2010

Inédito até para mim

Pensei que fossem mentiras: as coisas que dava como definitivas e as que dei como dolorosas. Porém, já cansei de concluir e sinto tédio em questionar, vou tratar é de ver, pois agora estou liberta. Liberta do que se sepultou em outrem, liberta do que não era meu e me prendia.
Minhas sílabas já retornam e, em breve, todo o meu universo de sensações - ainda que modificadas algumas órbitas - e verdade momentâneas se renovarão com o frescor da mudança e do meu tempo, da minha juventude - para que ela justifique os dias e as noites e furte, sim, um pouco da minha velhice e que o tempo a reserve para encaixar-se em minhas órbitas de calendários de uma vida repleta de plurais - de adjetivos, verbos e conjunções - e dos meus aconchegantes singulares, as palavras que realmente valem a pena. Que o agora valha toda uma existência, a breve existência.