sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010: minha libertação!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Esplanada

Foi feito surpresa em hora de cotidiano,
afinal, o que há de muito no mundo é o infinito.

No prato de alumínio,
de barulho de grande rio que seca,
ela unia o pouco de que necessitava:
farinha, feijão e cerveja.

Habitação de duas portas: a azul dava para
a rua principal, caminho de gente, de plantas de mangueira.
Era porta do mundo.
A outra, porta de madeira, fechava com trinco velho
e segredava as brincadeiras de quintal, esse tão sem destino,
que nem em pequeno tive pés para mapeá-lo. Seu território
era de areia, caixa de água fresca, intermitente, luminosa.

Casa de quatro cômodos. Habitação de terra, cheiro do que vem do homem.

Já ela só quitanda de panos de esplanada. Tecidos de seda cheios
de cheiros vividos e viventes. Sempre na constante espera da providência da vida
feito adorno que só se descolore e vai sumindo, despedindo...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dia

Eu queria ser a festa tua,
A celebração fausta
Dos dias que simplesmente chegam.
Os dias são os únicos que realmente amanhecem.

Alagoas - Fotografia I

Era aquele homem, existia somente aquele homem
- como dupla bifurcando -
Desacreditante dos clichês do mundo.
De pernas cruzadas era veleiro,
esfinge fluvial alagando mistério itinerante,
Festança de RIO em cachoeira.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Estaticidade

A vida escapa, permanecendo.
Ao permanecer, reconhece-se a solidão.
Revela-se e revelamos
a coreografia de músculos enfeitados,
destaques do mundo desatentos.
Vistas perplexas envoltas de suas próprias vistas.
vistas...
visitas, dessas eternas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Constância

É intermitente
a saudade estrangeira e esquisita
que me colore,
que vai me
d
e
s
v
a
n
e
c (s)
e
ndo
do escuro ao claro,
Ensolarando barquinho, destino e correnteza,
Desluarando cheia a vinheta inacabada
E eu só observando a rede que balança e venta.

Cada

Há todo o tipo de pessoa em cada canto do mundo.

Há os que se mantêm de olhos fechados
E os que, simplesmente, observam a mesa e a telha.
Há os que contam rachaduras
E os que já viveram tanto que têm rugas
e andam sem brincos, descoloridos
e os que se auto-influenciam.
Os que nunca foram felizes,
Os dos retatros preto-e-branco
e os que os pés não tocam o chão.
Os que, simplesmente, não falam,
os solitários,
os fotógrafos,
os incipientes,
os insuficientes
e os que morrem.

sábado, 18 de dezembro de 2010

O mar ia

Como saiu do mar, se ele não entra na gente?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Retomada

Era meio nota musical quebrada no vidro.
Fui, por seis dias e meio, a vida:
Sobremesa em dia de segunda-feira.
Feira em dia de segunda-feira.
Anterior à sunga na procissão.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A moça

Era uma mulher irremediavelmente anacrônica e inverossímil desde que eu era criança. Estava cotidianamente no degrau de concreto, cabelos negros de índia. Durante toda a minha infância, manteve-se, quem sabe em estado de se concretizar, no patamar cinza, cercada de tristeza inconsciente, de autonomia parasita de vida.
Desde pequena, ela me intrigava, pela imobilidade, pela cor da pele. Antes - como um estático congestionamento - a mulher divagava ou desmembrava a própria vida e parecia que, ainda assim, questionava minha existência ou o eterno olhar que depositara nela. Um olhar sem vergonha e mítico, que a reconhecia como atriz e solidão.
Hoje, ela continua a contemplar(-se) do mesmo degrau, que, a mim, não sugiro nenhuma mudança. Agora anda acompanhada de um rádio, um pequeno rádio, cinza brilhante, igual fotografia em preto-e-branco. Continua, portanto, mais absolutamente inverossímil, personagem: minha Macabéa, de quem nunca ouvi uma única palavra, um único pensamento.
Vi-a caminhando já até por outras ruas e, dessa vez, sentei e a esperei passar, achando intensamente irracional toda aquele liberdade de passos, celebração individual e roupas soltas.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Festa

O flash não clareia a noite.
A noite não clareia o dia
Igual à fotografia.

Sangue

Fogos de artifício
Oscar
Água/Folha
Feriado
Feriado
Férias
Feriado
Feriado
Em algum lugar,
aniversário,
Comercial da Coca-Cola

Festejemos. a diferença é só individual!


Ele nasce Eu nasço
Ele vive Eu vivo
Ele morre Eu morro

Equívoco! Nem na cadeia do eu, estamos libertos.
- Onde, afinal, somos o eu?
Só na ausência do tempo.

Repetição

Cada vez queria menos 17 de setembro,
assim como sinto todas as extremidades agora
e permaneço, ainda, ávida de outras primeiras vezes.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Qualquer coisa e tudo

Falta sempre um dia a menos à companhia indecente.
Falta sempre um dia a menos a sequer.
Falta sempre um dia a menos à compania dos dias.
Falta sempre um dia a menos se quer,
Falta sempre um dia a menos a que sagaremos.
Falta sempre um dia a menos a qualquer coisa e tudo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

12

E já e dezembro!!! Parece que respiro pela primeira vez!

Momento num café II

ALMA: testemunha, cativeiro, asa
ALma: ringue, porta e janela
aLma: Ama sem súdito
alma: subsídio do corpo

...Ada

ASILO
EXÍLIO
A O
AVESSO