Em pé,
diante de toda aquela sexta-feira,
chovia.
E chuva intencionando ser chuva veraneia, cai em mim:
Proibida de divulgar a vida.
Contigo já disputei narrativa, cinzeiro e beija-flor,
dispondo da dolorosa sensação de que
SEMPRE HÁ DIA
que adia tudo aquilo a que chamamos de qualquer coisa.
Em seguida, já não estou de pé,
minhas pernas molhadas amoleceram.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Prateleira
Seu sossego era armazenar coentro congelado para todo o mês. Se a planta a desneblinava, então, todo o resto lhe era pacífico? Feito manter a mesma pessoa por toda a vida? Ela, se sabia, era construída de calmaria excessiva.
Em desacordo hipotético me questionava se seria domesticação a vida dela – mas assim, a domesticação imaginária se tornaria minha e isso não poderia suportar - contudo, não desistia: seria cotidiano demais, por demais suspeitas, as vontades dessa mulher? Toda cheia de predicações de vivências, de temperanças... Será comodidade minha crer ser ela assim: calendário de qualquer ano? E logo já pensava em por que julgar essa tal moça desconhecida e seu coentro ambulante congelado em alguma parte do mundo. Por qual razão desvendar as riscas de sua mão, se já sei que o coentro lhe alivia a fome? Já me espantei com frases menores e nem já sei o que me sossega. A tal moça é mais digna de sufrágios do que eu: vencida diante do coentro cheio de fragilidade. A razão de tudo era a inveja, a mulher já tinha alguma ligação com o mundo.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Estrelas de Campestre
Ele me dizia sobre as todas estrelas de Campestre e junto de uma consciência lenta ela dava conta do frescor daquele chão sujo no qual todos estavam sentados, palavreando hinos e flagrantes de suas próprias vidas extraordinárias.
Essa era a cena: despedida ou ênfase de uma sensação anterior?
Porém, já em seguida, ela se despiu de sentimento e se enxergou chão esboçado de lama. Ela era um vitrô de Campestre cheio de estrelas que não brilham aqui. Aqui, nela, é que toda a humanidade se desmancha, palpável de todos os sóis que nasceram, de todos os encontros memoráveis e ainda não foi descoberta forma de acalmar, guardar, economizar todo esse atrevimento egoísta. Sua vontade era a de ser artifício em dia de alguma felicidade e mesmo que em frente de si se suspeitava uma escada que a levava ao chão real e mesmo que já amanhecesse - enquanto que em Campestre ainda se fazia noite cadente - ela já juntava os pedaços de uma possível queda e se via todinha, inteira após o desastre. Ela já era alguém dentro de tantos outros.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Aquele verbo
" Oh, por que é que teve de nascer com essa impetuosidade, com essa paixão indomável que o prende a tudo o que o impressiona?" Goethe
O devagar é teu
na cor que preferires.
Não distingo nada no mundo
que não seja teu.
Se há memórias pelas quais
ainda não viste tudo o que impressiona,
saibas que elas guardam tudo o que não é teu,
assim te tornas singular diante de todas elas.
Conheces a fração tua de sina que persegue
aos acometidos das quaisquer sensações?
Em mim se exemplam todos de maneira secular.
Eu Infinito ficções e anônimos.
No mais que há de eu,
falecendo aqueles erros.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Destino Ativo
Existia uma menina com uma bola. Em alguma tarde, a bola tricolorida mais a menina de franja curta se encontravam cheias de entraves fugazes. Disputavam a preferência do entardecer, consumindo de sua eternidade. Porém, sutil e premeditadamente, a bola, diante de olhos vistos, se insinuou para o muro e se jogou – em time solitário – para a rua. A primeira visão do mundo, já com o corpo livre, foi a das placas do restaurante e, em seguida, a sensação do asfalto: a dor da queda sem recepção.
Ordinariamente, repleta de impressão, a bola foi brincar jogos de menino. Toda a audácia só para comprovar que os objetos também têm destino e ainda mesmo imortais se aproximam dele.
Ladeira Porto Geral - Fotografia VII
Já faz fevereiro onipotente
e sê, meu querido, como céu disposto de quarta-feira comprimindo a Porto Geral.
Desnuda a gravidade,
os paisagistas,
os anti-vírus,
as cores,
as àrvores,
os testemunhos.
Faz a gentileza também, amor, de entonar as palavras certas
imitando os cânticos das baleias e as imigrações folclóricas,
organizando o mundo em estratégias de
março
e abril
Para que eu não fique só no mundo.
e sê, meu querido, como céu disposto de quarta-feira comprimindo a Porto Geral.
Desnuda a gravidade,
os paisagistas,
os anti-vírus,
as cores,
as àrvores,
os testemunhos.
Faz a gentileza também, amor, de entonar as palavras certas
imitando os cânticos das baleias e as imigrações folclóricas,
organizando o mundo em estratégias de
março
e abril
Para que eu não fique só no mundo.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Fascículo
O homem sentado em um corredor do Vietnã
relembra o Índico de cheiro ácido de água em pedra.
Ainda pousado no chão do Vietnã
Aquele homem não é cortesia,
quiçá ângulo escurecendo, refrescando as estaticidades impossíveis.
relembra o Índico de cheiro ácido de água em pedra.
Ainda pousado no chão do Vietnã
Aquele homem não é cortesia,
quiçá ângulo escurecendo, refrescando as estaticidades impossíveis.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Fidedigna do Avoar
Fidedigna do constante
Avoada por louvar
Onde meus pés não tiveram chão.
Dispõe do contra-senso
E da tórrida
Imensidão de suas águas
Abençoa sua língua
E eu, sua pátria-irmã.
Carnaval sem rima,
Brisa surda,
Constelação música,
Da onda o avesso,
Castanho em mim.
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