quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010

Escolher a roupa e a cor e a minha solidão...

Feliz 2010!

Hoje

Último dia do ano.
Últimas horas do ano.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mar e Anzol

E a minha imensidão?
A minha imensidão ficou a minha palavra.
Retornei a estar fora de mim... tudo voltou para dentro de mim, para me expandir em uma contínua contagem regressiva.
O erro era a verdade, mas as palavras ainda não estão claras, falta a poesia. Ela ainda está nas construções destruídas. Nas minhas amadas destruições, meu maior acerto.
E ainda me resta toda a imensidão, só para mim.

domingo, 27 de dezembro de 2009

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A consciência de vida dói. E a sentença me foi dada: os dias não podem ser iguais. Não porque não podem se repetir, aliás, podem, mas só não devem estar incobertos da indiferença que impede que eles firam, que nos firam. A vida tem de doer para se expandir. De todos as verdades absolutas que nos incutiram desde a infância, parece-me que a única verdade é: o sofrimento se amadurece e nos amadurece. Descobri também, contrariando os comercias de margarina e o pôr-do-sol, que o amor não é o mais importante de tudo, nem vale por tudo e nem supera tudo e, contrariando, agora, o vento, que o tempo não cura tudo, não fortalece tudo e, às vezes, nem envelhece tudo. O que era verdade não é mais e, muitas vezes, as palavras perdem a razão de existir. Há coisas para quais a boca e a voz de nada servem! e mais nada serve a não ser doer e refletir. Não se sabe o que é a vida, mas a sinto como nunca de uma forma dolorosa nunca sentida... acho que é o crescer ou são os dias em que faço meus percursos a pé no sol.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Se eu tiver filhos, irei incentivá-los, com a curta experiência que tenho, a praticar a felicidade. Antigamente, uma sequência de músicas me mantinha em êxtase, o que hoje me é tão escasso. Observando minha irmã, invejo a sua facilidade de ser feliz. Uma conversa com colegas, besteiras de adolescente: falar de garotos, de futuros passeios, de clipes e do youtube... às vezes, um dia conectada à internet já a deixa plenamente feliz. Daí, me pergunto: por qual razão a minha felicidade não pode ser assim? Simples como um dia após o outro? Por que não posso me aquietar dentro de mim? Manter-me em paz em mim?
Sinto que, ao passar dos anos, minha felicidade vem mais preenchida de pré-requisitos! O pouco que eu tinha dela foi-se embora por vontade própria e só me sobrou mais um espaço vazio. Creio que nasci com uma gota a mais de amor do que de vontade e, por isso, acho que gostaria de me deter ao nascer do sol, nas paisagens aéreas, nas estrelas de madrugada, nas pizzas de supermercado, nas canções de Chico Buarque, nas letras de Guimarães Rosa, no barulho do nascer do sol e no silêncio dos dias chuva, nos dias que ainda não chegaram, no gosto da estrada, na dor de amor, nas melodias que me levam à imensidão, ao resultado das coisas, na compra de presentes, nas ligações inesperadas, nos olhos não vistos. Acredito que isso seja tudo o que eu preciso, mas me falta a paz, me falta a calma, me falta a certeza, acho que o meu problema é de imaginação. Por isso, quando tiver meus filhos, vou imaginar com eles! Quero dar a eles o gosto do simples enquanto há tempo, enquanto a imaginação não é perturbadora, enquanto a imginação não é loucura e nem os sonhos utópicos!
A única coisa que busco é um pôr-do-sol e uma rosa, acompanhada por alguém que ainda pense com a imaginação.