segunda-feira, 13 de junho de 2011

Assim: metaforizar

Por um segundo acredita-se no impossível até duas vezes.

Agora ela já encontrava a beleza de seus próprios olhos, negros, abertos, bem abertos, quase que delineados naturalmente. Atráves desses olhos, negros e exatamente conchas de mar, a mulher não destruiu a desingularização do mundo.
Sua ânsia de ser sã, em uma realidade incondicionável, era o ângulo reto da sua alma.
Só delimitou que o peito dele era inflado por fogo, perturbador do perambular do sangue, da fraqueza, do gesto, dos cílios que se fechavam juntamente aos dela.
Feito neblina dissipando, o amor foi rascunho... diálogos inacabáveis, incabíveis, quase sem voz.
Mas assim, ainda mulher, descalça, à procura de alguém, ainda nesse domingo, que estivesse na cama, com os braços acima do pescoço, o cabelo desgrenhado, no azulado cinza das frestas da janela, com a temperatura do corpo acima dos 36 graus. Assim ela terá acertado na forma de pensar.

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