Eu também finjo que não o vejo. Finjo que não o vejo, fingindo esta ser minha mais real vontade. Ali, ele está sempre ali, atrás do meu balcão imaginário - no meu fingimento - da forma que sempre finjo não o ver: quase nu nos olhos. Lá está ele, criando outros pedaços de efeitos do mundo, em vez de criar ócios acumulativos comigo: ócios criados, ócios ativos.
É sempre dia quando finjo não o ver.
É sempre escuro quando se afasta.
Parece um pesadelo leve. Sem cortinas esvoaçantes e nuvens baixas. Sonho de onde simplesmente se acorda com um gosto novo no corpo.
Aqui do alto, ainda fingindo que não o vejo, o desperto mentalmente e ele me entende.
Eu sou fingimento visto por aquele prédio da República.
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