quarta-feira, 20 de julho de 2011

História para qualquer um (Fotografia X - talvez de Camocim - CE)

Estavam lá juntos.
- Gosto mais do ar do interior. Inclusive o de dentro.
Ela fingiu não entender para induzir novas descobertas. Porém, era contagiada pela confissão de que ele se interessava pelo o que não se vê. Justo ela, quase incolor.
- E da exatidão?
- Quase não me pertence.

Ainda não era verão. Ainda não era tarde. Ainda não era muita coisa, mas já era lugar. Viam pessoas, miudinhas, miudinhas, caminhando unânimes para o mesmo ponto. Estendendo seus corpos em embarcações quase vivas, condizentes com a eterna inauguração das águas e suas bifurcações gravadas em alguns espíritos.
Ambos sentados na areia. Ambos voltados para o exterior, tentando polinizar o mundo com a existência indeterminante das causas. E pouco desconfiavam de que o encontro deles era causa da mais pura vontade: de alguma conclusão que esbarrava entre um diálogo e uma fotografia, não se sabe. Mas, na realidade, só era importante, e eles não sabiam, que mesmo não substituindo - os pés - a realidade, que o ar substituísse a sensação de que depois dali era impossível.
Necessitava-se do vento que vem do mar!

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