sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um encontro de meios sujeitos.

Não foi no Jardim Botânico, mas poderia ter sido.


Ele a encontrou na plataforma da estação do metrô: ambos recobertos pela terra e por sentimentos desconfortáveis. O rapaz já reconhecia aquela sensação da falta de táticas para burlar toda a saudade dela que, de repente, crescia. Saudade de como os olhos dela prestam atenção, saudade da respiração inalada por seu peito quando se abraçavam.
Tenho certeza, ela não o ignoraria, mas sabia da demora de meses que ele leva para se completar e com o encontro, as peças que quase se fundiam, tornariam-se soltas novamente. Assumia-se, sem outra possibilidade, causadora de alguns substantivos e adjetivos indeléveis na vida do rapaz. 
Ele, imaginando as mesmas causas, aproximou-se dela antes da entrada no vagão e a conversa - da estação Paraíso à Consolação - não passou de perguntas civis, onde ele percebia a indistinção entre a loucura e a sanidade. Ambas construídas de devaneio dentro de devaneio. Não havia saída.
E assim, meio já desistente, a viu seguir outro destino, uma outra calçada, e só se indagava como ela podia ir assim caminhando, ele que já havia desaprendido a ação de qualquer coisa.  


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