quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pensamento Noturno

Esperando o sono...


Agora, talvez, outro sono, que não o meu, esteja no campo procurando aquários e outras coisas utéis.

Esperando o meu sono.
Meu sono está no quarto ao lado,
mas como resgatá-lo?
no escuro?

Um comentário:

  1. Agora, seu tom me lembra da poetisa angolana Paula Tavares, no uso de vírgulas, como representações de hesitações ... você já leu Paula Tavares?

    O CERCADO

    De que cor era o meu cinto de missangas, mãe

    feito pelas tuas mãos

    e fios do teu cabelo

    cortado na lua cheia

    guardado do cacimbo

    no cesto trançado das coisas da avó

    Onde está a panela do provérbio, mãe

    a das três pernas

    e asa partida

    que me deste antes das chuvas grandes

    no dia do noivado

    De que cor era a minha voz, mãe

    quando anunciava a manhã junto à cascata

    e descia devagarinho pelos dias

    Onde está o tempo prometido p'ra viver, mãe

    se tudo se guarda e recolhe no tempo da espera

    p'ra lá do cercado

    (Dizes-me coisas amargas como os frutos)

    ResponderExcluir